João Doria o tempo todo fazia questão de citar em suas respostas,
o nome do presidente Jair Bolsonaro de forma crítica e ofensiva.
Quando a jornalista e apresentadora do Roda Viva Vera
Magalhães inicia o programa, faz a seguinte pergunta: Como o senhor ver esse fenômeno e qual a sua
expectativa para esse ato do dia 7 que se avizinha? Ela se referiu a reunião
dos 14 governadores a respeito da atenção que Doria chamou a respeito das
policias de seus estados.
A resposta de Doria: Ele diz respeitar a polícia militar do
estado de São Paulo, e que tem muito orgulho pela mesma, mas diz em sua fala,
que há milícias bolsonaristas com forças redobradas com vistas ao 7 de setembro.
Ele disse que o coronel Mello Araújo, ex-comandante da ROTA e
atual presidente da CEAGESP que ele afastou, foi desligado da companhia devido
o comportamento inadequado do mesmo, pois o coronel rompeu com a disciplina, por
isso foi afastado logo cedo desta segunda-feira 23. “Ele postou de noite e hoje
às 7:15 da manhã, recebeu uma ligação de seu comandante, determinando que ele
se afastasse de sua posição”. Disse Doria sorridente.
Assistindo o vídeo do coronel Araújo, dar pra perceber
nitidamente e em alto e bom som que o mesmo convida para o ato de apoio ao
presidente Bolsonaro no dia 7 de setembro, os policiais veteranos e não os da
ativa, mas o Doria não pensou duas vezes, deu a ordem de o afastar por ato
indisciplinar. O mesmo nem fardado estava no momento do vídeo.
O governador que em 2018 andava ao lado do então candidato
Jair Bolsonaro e inclusive ele se intitulava Bolsodoria. É muita hipocrisia
para um homem de calças apertadas só. Assim como fizeram Joice Hasselmann,
Alexandre Frota e o Kim Kataguiri, quando defendiam Bolsonaro, após serem
eleitos, deram as costas para o presidente que dia a dia é perseguido por políticos,
ministros do STF, por vários veículos de comunicação e seus jornalistas, como
se ele fosse um presidente corrupto e que não sabe governar o país e sua
população que o elegeu democraticamente.
Na sequência da entrevista, João Doria seguiu respondendo às
perguntas dos jornalistas de forma ordeira e passiva. Sempre com a mesma
postura, como se nada de ruim estivesse acontecendo em seu governo.
Quando algum jornalista perguntava ao Doria, "se" "por acaso", ele sendo o presidente, o que faria sobre o caso A ou B, ele sorria e já se posicionava como um futuro presidente, respondendo: eu sou governador e não o presidente. Então um jornalista replicava, "se" "por acaso".
Um pouco adiantado na entrevista, ele cita que o presidente
Bolsonaro desde que assumiu a presidência em 2019, só veio inaugurar uma caixa
d’água até agora, mas não citou os bilhões que enviou para o estado durante a
pandemia do coronavírus, assim como enviou para os demais estados da federação.
Só em 2020, segundo dados divulgados pelo governo federal em seu site oficial no
dia 28/02/2021, foram destinados do governo através de recursos e benefícios R$
135 bilhões para o estado de São Paulo.
Jornalistas convidados do Roda Viva
Bernardo Mello Franco - O Globo, Maria Cristina Fernandes - Valor Econômico, Joel Pinheiro da Fonseca - Rádio Jovem Pan, Cátia Seabra - Folha de São Paulo e a Vera Rosa - O Estado de São Paulo.
📷 Edição: Geilson Souto
Escrito por Geilson Souto
Assista abaixo na íntegra a entrevista que o governador do estado de São Paulo João Doria concedeu ao Roda Vida na noite desta segunda-feira 23.