Atualização tardia das regras do
fayr-play financeiro em França facilitaram contratação. Argentino diz que está
no local ideal para voltar a levantar a Liga dos Campeões.
Lionel Messi foi ontem apresentado como reforço do PSG, numa cerimônia simples, na sala de imprensa do clube, não se confirmando os rumores de que a Torre Eiffel teria sido reservada para o efeito. A chegada do argentino, embora sem custo de transferência, vem aumentar (e de tal maneira) a folha salarial do clube presidido pelo magnata qatari Al-Khelaifi, que agora ronda os mais de 300 milhões de euros por ano.
As contas foram feitas ontem pelo
jornal Marca. Messi será o jogador mais pago do plantel parisiense, com um
salário anual na ordem dos 40 milhões de euros limpos. Um valor mais baixo,
contudo, do que ele recebia no Barcelona, embora o argentino tivesse aceitado
baixar o salário em 50% para permanecer na Catalunha, o que mesmo assim foi
impossível dada a situação financeira dos blaugrana.
Messi está no topo da lista que
imediatamente num escalão abaixo tem outras duas grandes estrelas, Neymar e
Mbappé, que auferem 36 e 25 milhões por época, respetivamente. Ou seja, só no
tridente atacante, o PSG vai gastar anualmente qualquer coisa como 101 milhões
de euros, cerca de um terço do montante global do plantel em custos de
ordenados.
Num segundo nível salarial surgem os
reforços Sergio Ramos (defesa ex- Real Madrid) e o guarda-redes Donnarumma (ex-
Milan), que tal como Messi chegaram a custo zero, mas com salários
principescos.
O espanhol e o italiano vão cobrar
sensivelmente 20 milhões por temporada, mais do que algumas estrelas do
plantel, casos de Marquinhos, Verratti, Di María, Keylor Navas, Kimpembe e
Mauro Icardi, cujos salários anuais oscilam entre os 15 e os 20 milhões de
euros.
Wijnaldum e Achraf, também
contratados esta temporada (o primeiro chegou do Liverpool a custo zero, mas o
segundo custou 60 milhões de euros pagos ao Inter Milão), estão imediatamente
abaixo deste escalão - vão receber 9,8 milhões por temporada.
Depois surge outro grupo de
jogadores. É o caso de futebolistas como Paredes e Ander Herrera, que recebem
8,5 milhões anuais, Draxler (7,6) e Gueyé (7). Entre os jogadores da primeira
equipa que menos cobram estão Diallo, Rafinha, Bernat, Sarabia, Kehrer,
Kurzawa, Dagba e o português Danilo. Dagba é o que tem o ordenado mais baixo,
cerca de 1,4M. Os restantes rondam os cinco milhões/época.
Regulamentos ajudaram
A pergunta que se coloca é como é
possível à luz do fair-play financeiro o PSG poder ter um teto tão elevado de
massa salarial? A justificação está na atualização tardia das regras do
fair-play financeiro no futebol francês.
Apesar das perdas financeiras
estimadas entre 250 e 300 ME para esta época, o clube parisiense beneficiou de
restrições totalmente distintas a nível de prestação de contas entre as ligas
espanhola e francesa, tendo por base uma maior flexibilidade de prazos
anunciada pela UEFA em junho de 2020, devido aos efeitos da pandemia de
covid-19.
📷 PSG
Nuno Fernandes/DN