Problema pode impedir a amamentação, mas possui tratamento
O mamilo ou papila corresponde à maior proeminência na aréola, e tem importância fundamental na vida da mulher. Seja funcionalmente, permitindo a amamentação, ou sexualmente, com rica sensibilidade e relação com a autoestima e bem estar.
O mamilo invertido é definido como uma retração do órgão para dentro da mama, e em geral a queixa é estética e associada ao temor de não poder amamentar. Tem como causa principal uma má formação congênita, isto é, uma fraqueza nos ligamentos que sustentam a papila e sem caráter hereditário (mães não transmitem aos filhos). Embora mais raras, também podem existir as causas adquiridas nos processos inflamatórios (frequente em diabéticos e tabagistas) e o temido câncer de mama.
No câncer de mama se apresenta quase sempre como nódulos, mas se a localização for abaixo da aréola e mamilo, pode apresentar-se como essa retração, endurecimento da região e saída de secreção de cor sanguinolenta.
Possuir os mamilos invertidos é uma condição bastante frequente chegando a atingir 3% da população mundial, quase sempre em mulheres e em ambas as mamas. Os homens acometidos são raros e em geral não se importam muito com a situação e nem procuram tratamento. Pelo fato de estar invertido, o mamilo pode acumular secreções (ás vezes com odor ruim) e favorecer a multiplicação de germes e infecções mamárias recorrentes.
Ao notar o mamilo invertido, a mulher deve procurar um especialista e prosseguir a investigação das causas e doenças associadas. Após exame clínico das mamas, o mastologista poderá solicitar exames de imagem como ultrassonografia, mamografia e ressonância magnética em busca de achados que tenham provocado a retração. De acordo com o grau de inversão, essa doença pode ser classificada em três grupos:
Grau I: O mamilo é exteriorizado facilmente à manipulação e permanece por algum tempo
Grau II: É necessária a manipulação para a exteriorização do mamilo, que se retrai logo após
Grau III: O mamilo não se exterioriza com manobras manuais.
Felizmente a maioria das pacientes com inversão do mamilo - cerca de 96% - apresenta os graus I e II com melhor resposta aos tratamentos.
Apesar de a papila invertida estar associada a problemas estéticos e psicológicos, o problema mais dramático é a impossibilidade de amamentar, por isso a importância da correção já ao se planejar a gravidez. Mulheres com essa alteração dificilmente conseguirão amamentar, embora existam casos em que a sucção do nenê faça com que o mamilo faça a eversão sem a correção operatória.
Condutas paliativas como o corretor de mamilo (bomba a vácuo) e exercícios para puxar os mamilos para fora podem ajudar, mas o melhor tratamento é a cirurgia que devolve o órgão à posição original. Esse procedimento em geral utiliza técnicas simples, anestesia local, ambiente hospitalar e pouca ou nenhuma cicatriz. No pós-operatório deve-se evitar roupas muito justas.
Alguns casos podem evoluir com retorno da doença e novos procedimentos cirúrgicos estarem indicados.
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