Bolsonaro conseguiu mostrar força em um grande ato que aconteceu em todo o Brasil e se colocou em uma posição vantajosa na disputa com o Judiciário. Porém, o STF não se intimidou nem um pouco. Como sempre vem fazendo, os ministros engrossaram ainda mais o tom contra o presidente e a oposição aproveitou o momento para reforçar o pedido do seu impeachment.
Bolsonaro deixou muito claro em seus discursos que é um defensor da democracia e da Constituição Federal. O presidente da República revindica que as leis sejam respeitadas e mostra não ter interesse em teses golpistas. Caso seguisse em frente, a democracia brasileira chegaria ao limite e ninguém sabe o que poderia acontecer se um pedido de impeachment fosse colocado em pauta na Câmara dos Deputados ou como os militares agiriam.
Após o 7 de setembro, a militância bolsonarista entendeu que o presidente Jair Bolsonaro havia partido para o tudo ou nada, tendo em vista que ele havia pedido um sinal do povo. Mas existem outros poderes ocultos no Brasil que também exercem pressão sobre o Governo e a paralisação dos caminhoneiros desagradou os grandes capitalistas de São Paulo.
Ainda que tenha desapontado momentaneamente sua própria militância, Bolsonaro fez um recuo estratégico para evitar que a anarquia se instalasse no país. Esse ato é digno de um estadista e gerou uma grande reviravolta em Brasília.
Nos bastidores, fala-se que está sendo costurado um acordo entre Bolsonaro, Gilmar Mendes, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Caso vá para frente, o STF irá rejeitar a ação que pede a derrubada do decreto das armas e transferir o Inquérito das Fake News para o procurador-geral da República, Augusto Aras. Já o Legislativo vai aprovar uma PEC que irá restringir o STF a uma corte constitucional, aprovar um ICMS fixo, o Auxílio Brasil e a indicação de André Mendonça para o STF.
As perspectivas são as melhores possíveis, pois Bolsonaro foi eleito para governar e essa seria a concretização do seu governo. Porém, se o acordo não se concretizar, a direita sempre está pronta para voltar para as ruas.
📷 MDR
Escrito por Diego Lagedo/PEP