A falta de estoque de sangue em um hospital pode levar ao cancelamento de cirurgias e colocar vidas em risco.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são realizadas 92 milhões de doações de sangue por ano em todo o mundo. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, 1,9% dos brasileiros doa sangue regularmente. Embora esteja dentro do parâmetro definido pela OMS, esse número ainda precisa melhorar (e depende muito da sua parte).
De acordo com a coordenadora do hemocentro da Unifesp, em São Paulo, Rudneia Alves, é importante desmistificar a crença de que a doação de sangue é útil para saber seu estado de saúde, por conta dos exames que são feitos. "O doador deve estar com um espírito totalmente altruísta", diz ela.
"Se a pessoa possui qualquer suspeita de ter algum problema de saúde, não deve tentar resolver isso doando sangue, pois, apesar de cômoda, essa atitude pode representar um risco a quem vai receber a transfusão. Por isso, recomendamos que ela consulte um médico e faça os exames necessários antes da doação", afirma.
Critérios para ser um doador
Existe uma série de requisitos básicos, além de uma lista de impedimentos temporários e definitivos, que definem se uma pessoa pode ser doadora. No entanto, esta lista não esgota os motivos que permitem ou não uma doação, de forma que as informações pessoais dadas durante a triagem clínica serão consideradas para definir se alguém está apto para doar sangue.
- Estar em boas condições de saúde
- Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos necessitam de autorização dos pais ou responsáveis)
- Pesar no mínimo 50kg
- Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas)
- Estar alimentado (evitar jejum e alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação)
- Apresentar documento original com foto recente emitido por órgão oficial
- Não fazer uso de drogas ilícitas injetáveis
- Se teve resfriado: aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas
- Se for mulher, não deve estar grávida, amamentando ou ter tido parto normal ou aborto há menos de três meses (em caso de cesárea, seis meses)
- Não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação
- Não ter feito tatuagem ou maquiagem definitiva nos últimos 12 meses
- Não ter feito qualquer procedimento endoscópico no últimos 6 meses
- Não ter feito extração dentária ou tratamento de canal nos últimos 7 dias
- Se realizou cirurgia odontológica com anestesia geral, aguardar 4 semanas para doar
- Se tomou vacina da gripe, aguardar 48 horas para doar
- Se teve/tem herpes labial ou genital, pode doar após desaparecimento total das lesões
- Se teve/tem herpes zoster, pode doar após 6 meses da cura
- Febre amarela: se esteve em áreas de alta incidência da doença, doar apenas 30 dias após o retorno / Se tomou a vacina, deve aguardar 4 semanas / Se contraiu a doença, deve aguardar 6 meses após recuperação completa
- Malária: quem esteve em estados ou países com alta prevalência da doença deve aguardar 12 meses após o retorno para doar
- Não ter antecedentes de hepatite após os 10 anos de idade
- Não ter evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas
- Acupuntura: se realizada com material descartável, aguardar 24 horas / Se realizada com laser ou sementes, não há impedimentos / Se realizada com material sem condições de avaliação, aguardar 12 meses para doar.