Intenção é garantir eficiência de urgência e emergência para pacientes graves
O processo de regulação do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) entrará em vigor a partir desta quarta-feira (15). A medida é fruto de uma negociação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) com o Estado, em uma ação judicial que tramita junto à 2ª Vara da Fazenda Pública de Natal e visa dar maior eficiência e qualidade ao atendimento de urgência e emergência aos pacientes graves.
"Nossa atuação tem um olhar para o paciente grave, pois a baixa e média complexidade tem outras portas. A defesa é que o paciente grave tenha atendimento com eficiência sem ter que concorrer com pacientes de baixa complexidade", explicou a promotora da Saúde, Iara Pinheiro.
A primeira etapa dessa regulação vai envolver a Região Metropolitana, que engloba 70% dos atendimentos do Walfredo Gurgel. O grande número de atendimentos de casos de menor gravidade e sem regulação, que gera pouco mais de 50% dos pacientes recebidos na unidade, através das unidades da rede de saúde, como Unidades de Pronto-Atendimento e Unidades Básicas de Saúde (UBS) provoca uma superlotação do HMWG, que sobrecarrega os trabalhadores da unidade e inviabiliza qualquer planejamento estratégico por parte da gestão.
A Central de Acesso às Portas Hospitalares ficará responsável por receber os contatos dos municípios, que ao invés de enviarem espontaneamente as ambulâncias para o hospital, devem primeiro comunicar os casos e seguir as orientações dadas de acordo com o estado de saúde do paciente. Estão sendo feitas reuniões com os municípios e um trabalho de educação permanente para seus profissionais envolvidos no processo de regulação.
A presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES), Aldenísia Albuquerque, ressaltou a importância da regionalização da Saúde para ajudar nesse processo. "Esperamos a estruturação dos hospitais regionais para que possam atender as pessoas onde elas moram e iniciar um processo pedagógico com usuários e governantes, para que entendam que colocar pacientes numa ambulância e mandar para o Walfredo Gurgel não é estar a favor da rede de saúde", completou.
O primeiro movimento no sentido de equacionar a superlotação do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel ocorreu em 1999, com uma ação do MPRN que condenou o Estado a adotar “providências imediatas para que os pacientes internados nos corredores do Hospital Walfredo Gurgel” recebessem os devidos cuidados em locais apropriados. O debate foi retomado em 2014, com a edição da Portaria n° 413/2014- GS/SESAP de 21/10/2014 e reforçado em 2017, com uma nova decisão judicial em processo que corre na 2° Vara da Fazenda Pública de Natal, requisitando novamente medidas para coibir o acúmulo de pacientes nos corredores, listando uma série de medidas, dentre elas a regulação da porta.
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