O prazo das 11:00 UCR (05:00 BRA) emitido pela Rússia para as forças ucranianas em Mariupol deporem suas armas já passou - sem nenhum sinal de que os defensores se renderam
Embora a cidade portuária sitiada esteja cercada por forças russas, ainda não caiu, mas um comandante dos fuzileiros navais abrigados na siderúrgica Azovstal - o último reduto ucraniano na cidade - disse em um vídeo que é possível que eles tenham "dias ou horas restantes".
Maj Serhiy Volyna disse: "Este é o nosso último endereço ao mundo. Pode ser o nosso último de sempre."
Ele disse que suas tropas não vão se render, mas pediu apoio internacional. O major Volyna acrescentou que 500 soldados feridos e centenas de mulheres e crianças estavam abrigados ao lado deles.
A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, disse que quer evacuar civis através de um corredor humanitário para mulheres, crianças e idosos. Mas ainda não houve nenhuma palavra do Kremlin sobre isso.
O número de ucranianos que fugiram para o exterior desde a invasão da Rússia em 24 de fevereiro já ultrapassou cinco milhões, segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
O que está acontecendo em Mariupol e por que é importante
O que está acontecendo
A Rússia deu às forças ucranianas em Mariupol um novo ultimato para depor suas armas até as 11:00 GMT desta quarta-feira (20). Eles estão escondidos em um enorme complexo siderúrgico no momento.
A cidade portuária está cercada, mas ainda não caiu, e o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia disse que a Rússia decidiu derrubá-la.
Cerca de 130.000 cidadãos estão bloqueados na cidade sitiada há 50 dias e lutam para encontrar comida, água e remédios, diz o vice-prefeito da cidade.
Por que Mariupol é importante
- Protegendo a terra: Capturar Mariupol deixaria a Rússia no controle de uma vasta faixa do sul e leste da Ucrânia.
- Estrangulando a economia: abriga um importante porto, que em tempos normais é um importante centro de exportação de aço e carvão.
- Oportunidade de propaganda: Mariupol é o lar de uma unidade de milícia ucraniana chamada Brigada Azov, que contém extremistas de extrema direita. Embora eles formem apenas a menor fração das forças de combate da Ucrânia, tem sido uma ferramenta útil de propaganda para Moscou.
- Aumento da moral: ajudaria o Kremlin a mostrar à sua população - através da mídia controlada pelo Estado - que a Rússia estava alcançando seus objetivos.