Pentágono confirmou a versão ucraniana de que o cruzador foi ao fundo após ser atingido num ataque. Moscovo avisou Washington sobre as "consequências imprevisíveis" de enviar armas para a Ucrânia
Duas mulheres limpam uma sala no edifício no complexo industrial de Vizar, perto de Kiev, cuja fachada foi destruída no ataque russo. 📷 © FADEL SENNA / AFP
A Rússia ameaçou ontem responder a eventuais ataques contra o seu território com novos bombardeamentos em Kiev, depois de ter atingido a fábrica dos mísseis Neptuno nos arredores da capital.
O Pentágono confirmou que dois destes mísseis foram usados para atingir o cruzador Moskva, que acabaria por ir ao fundo. A perda do principal navio da frota do Mar Negro será vingada, acreditam os ucranianos, que ontem viram a Rússia usar pela primeira vez mísseis de longo alcance para atacar Mariupol. Moscovo avisou entretanto Washington para as "consequências imprevisíveis" de enviar mais armas para a Ucrânia.
"O ataque ao cruzador Moskva atingiu não apenas o próprio navio: atingiu as ambições imperiais do inimigo. Temos noção de que não seremos perdoados por isto", disse uma porta-voz da forças militares do sul da Ucrânia. "Temos noção de que os ataques contra nós vão intensificar-se e que o inimigo procurará vingar-se. Nós percebemos isto", acrescentou Natalia Gumeniuk num briefing, referindo-se aos ataques em cidades como Odessa e Mykolaiv.
Houve também bombardeamentos em Kharkiv, que terão causado a morte a pelo menos oito pessoas.
"O número e escala de ataques com mísseis em Kiev vai aumentar em resposta a qualquer ataque terrorista ou ato de sabotagem em território russo cometido pelo regime nacionalista de Kiev", indicou o Ministério da Defesa russo.
Na véspera Moscovo alegou que os ucranianos atacaram várias aldeias junto à fronteira, mas estes negaram. O comunicado foi emitido depois de a Rússia ter atacado a fábrica da Vizar, próximo do aeroporto internacional de Zhuliany. Esta fábrica produzia, segundo a empresa estatal Ukroboronprom, os mísseis Neptuno, que terão sido usados no ataque ao cruzador Moskva, na quarta-feira (13) à noite. O navio acabaria por afundar na quinta-feira.
Susana Salvador/DN