SAUDADES - Ivanildo “O Sax de Ouro” vai tocar “Siboney” na eternidade

RECONHECIMENTO: Morreu no último sábado (11), na Casa de Saúde São Lucas, em Natal, aos 89 anos, o saxofonista José Ivanildo da Silva, conhecido nacionalmente como Ivanildo “O Sax de Ouro”.

Ele não era só um saxofonista talentoso e culto, mas também Ivanildo contribuiu para o sucesso de muitos profissionais em todo o país. Desde que foi noticiada a morte do artista pela família, o dia foi de homenagens intensas, fotos e lembranças dos amigos, nas redes sociais.

Ivanildo nasceu em 17 de setembro de 1932 em Pernambuco, mas foi registrado em Aquiraz, no Ceará, o Sax de Ouro iniciou carreira ainda aos 12 anos, mas foi na década de 1960 que começou a fazer sucesso pela sonância do seu sax, considerada inconfundível, enquanto tocava em clubes de Fortaleza. Radicado em Parnamirim a mais de quarenta anos, foi na cidade “Trampolim da Vitória” que decidiu fixar residência e criar seus quatro filhos juntamente dona Lúcia, o grande amor da sua vida.

Com relevantes serviços prestados à Força Aérea Brasileira, era subtenente da reserva e por muitos anos foi maestro das bandas de música da Aeronáutica de Fortaleza e Natal. Ivanildo coleciona fotos antigas e quase todos os discos do ídolo. Da revista cearense Folha do Rádio, Ivanildo recebeu prêmios como melhor músico, melhor solista, melhor instrumentista e melhor conjunto. Já foi escolhido o melhor saxofonista do Nordeste e homenageado pela Força Aérea Brasileira com a medalha do Mérito Santos Dumont.

“Deus levou hoje minha maior influência na música, minha inspiração, meu ídolo Ivanildo ‘O Sax de Ouro’. Na altura dos seus 89 anos e mais de 70 anos de carreira, continuava produzindo bastante. Nos últimos 12 anos, tive a honra de produzir e gravar suas últimas composições”, escreveu o saxofonista e arranjador potiguar Chico Beethoven.

Ivanildo teve também seu trabalho artístico reconhecido pela sociedade Potiguar, recebeu diversas homenagens, condecorações e honrarias, entre as quais, o título honorifico de cidadão parnamirinense outorgado pelo ex-vereador Cláudio Gomes da Silva; e também o título de cidadão norte-rio-grandense pelo ex-deputado estadual, Raimundo Marciano de Freitas Júnior.

Os pais queriam que Ivanildo fosse advogado, mas a paixão pelo saxofone falou mais alto. Suas principais influências musicais vão do jazz a música erudita, do saxofonista americano, Charlie Parker ao compositor austríaco, Amadeus Mozart. A música “Siboney”, um clássico da Música Popular Brasileira é seu maior sucesso, até hoje acalenta corações apaixonados por todo Brasil.

O saxofonista gravou 29 discos, ganhou quatro discos de ouro e um de platina. Em cerca de 70 anos de carreira, foram mais de dois milhões de discos vendidos, até seus últimos dias de vida, Ivanildo ainda compunha melodias.

Ivanildo “O Sax de Ouro”, deixa a esposa dona Lúcia e os filhos: Gilson, Ana Lúcia, Ana Cristina, Ivanildinho, além de netos e bisnetos, e um legado de pessoa altruísta, um ser solidário para com o seu próximo.


Para sempre: seu Ivanildo deu e recebeu muito amor da família e amigos


Jacó Soares (Cheque) presta homenagem do Rio de Janeiro/RJ:

“Morre um ícone da música instrumental brasileira, pernambucano de nascimento, cearense por devoção, onde começou sua carreira como um dos maiores saxofonistas do brasil, conhecido como: “Ivanildo o sax de ouro” pioneiro da gravadora ‘CID’ onde gravou vários lps de vinil, desde à época das rotações 78, em seguida os famosos cds e dvds.

Ivanildo, como poucos sabiam, foi militar da força aérea brasileira, onde atingiu até a patente de 2° tenente músico, acredito eu, foi o único, sempre como maestro das bandas da base aérea de Fortaleza e de Natal, onde ficou até a sua reforma como militar, um figuraço. Pai, avô e amigo de milhares, Ivanildo foi admirado por milhões.

Fora as bandas de música, ele também tinha a sua banda particular, que rodou o Brasil fazendo sucesso, onde uma orquestra instrumental super afinada, lhe acompanhava tocando MPB e as suas composições próprias.


Eu me orgulho de ter participado como “crooner” de suas bandas carnavalescas, aonde lhe acompanhei Brasil afora, foi uma época boa de minha vida, mesmo morando no rio de janeiro, quando chegava o mês de fevereiro, eu ia pra Natal, e de lá viajava com ele pra cumprir os contratos de carnaval, eram 4 dias maravilhosos.

Ivanildo foi comandar uma orquestra do céu, porém, seu legado ficou na terra, mas precisamente nas discotecas de muitos brasileiros, Parnamirim, cidade que ele escolheu para o final de sua vida, chorou no último 11 de junho de 2022, à perda desse notável parnamirinense, escolhido por unanimidade como cidadão, pela câmara municipal, e onde nasceram seus netos”.

Vai com Deus irmão. Que o Senhor conforte todos os membros de sua família. Paz eterna!



Velhos parceiros: Ivanildo “o sax de ouro” e Valdir Souto “Nininho”; no palco da vida, muitas viagens juntos e uma amizade que valeu à pena!

Ivanildo José da Silva estava internado desde o dia 28 de maio no Hospital São Lucas, em Natal. A princípio com picos de pressão e insuficiência renal crônica. Desde então realizou hemodiálise e adquiriu pneumonia, tendo o quadro agravado. Velório e sepultamento foram realizados no cemitério Morada da Paz, em Emaús, Parnamirim.

“Foi um filho amável, um irmão camarada, um esposo fiel, um pai presente e amoroso com todos os filhos, um profissional responsável de sucesso e um amigo solidário e coerente nas suas atitudes”, declarou Ivanildo Filho.


Por Genilson Souto/Jornal do Estado
Edição: Geilson Souto
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