Cercado por ministros, presidente Jair Bolsonaro agradeceu os 58 milhões de votos recebidos no segundo turno da eleição. | 📷 Reprodução
O presidente Jair Bolsonaro (PL) interrompeu um silêncio de mais de 40 horas após término do resultado das eleições e se pronunciou às 16h37 desta terça-feira (1º). Em um rápido discurso no Palácio da Alvorada, ele não contestou a derrota nas urnas e tampouco parabenizou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Disse, porém, que continuará "cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição", no que foi entendido como uma aceitação do resultado eleitoral.
Logo após a fala, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse aos jornalistas que o governo irá cumprir a lei de transição, reforçando o reconhecimento de Bolsonaro sobre a vitória de Lula.
Em um discurso lido, Bolsonaro agradeceu os 58 milhões de brasileiros que votaram nele no segundo turno e procurou desmobilizar os apoiadores que, desde domingo (30), obstruem rodovias no país. Segundo ele, os "atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral".
"As manifestações pacíficas sempre serão bem vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", declarou.
O presidente disse, ainda, que a direita surgiu "de verdade" no país e que os deputados e senadores eleitos e reeleitos nas eleições deste ano evidenciam isso.
"Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso", afirmou.
Bolsonaro destacou, ainda, que seu governo enfrentou "todo o sistema" e superou uma pandemia e as consequências da guerra na Ucrânia. Também alegou sempre ter defendido a Constituição e respeitado a democracia.
"Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição", disse.
No encerramento do pronunciamento, Bolsonaro diz ser uma honra ser o "líder de milhões de brasileiros" que, como ele, "defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela" da bandeira brasileira.
Assista abaixo ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro
Logo após a fala, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse aos jornalistas que o governo irá cumprir a lei de transição, reforçando o reconhecimento de Bolsonaro sobre a vitória de Lula.
Em um discurso lido, Bolsonaro agradeceu os 58 milhões de brasileiros que votaram nele no segundo turno e procurou desmobilizar os apoiadores que, desde domingo (30), obstruem rodovias no país. Segundo ele, os "atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral".
"As manifestações pacíficas sempre serão bem vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", declarou.
O presidente disse, ainda, que a direita surgiu "de verdade" no país e que os deputados e senadores eleitos e reeleitos nas eleições deste ano evidenciam isso.
"Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso", afirmou.
Bolsonaro destacou, ainda, que seu governo enfrentou "todo o sistema" e superou uma pandemia e as consequências da guerra na Ucrânia. Também alegou sempre ter defendido a Constituição e respeitado a democracia.
"Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição", disse.
No encerramento do pronunciamento, Bolsonaro diz ser uma honra ser o "líder de milhões de brasileiros" que, como ele, "defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela" da bandeira brasileira.
Assista abaixo ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro
Discurso objetivou garantir capital político do presidente
O pronunciamento de Bolsonaro veio após muitas reuniões e definições de estratégia a respeito de como se posicionar sobre o resultado das eleições. O presidente, seu núcleo político, ministros e auxiliares trabalharam desde domingo o texto do discurso a ser redigido e como se pronunciar ao país, sobretudo aos eleitores, a fim de manter seu capital político.
A adesão de manifestantes e o fechamento de rodovias subiu a pressão política sobre Bolsonaro para concluir um pronunciamento que pudesse ser bem aceito pela sua base eleitoral mais “raiz”. Não à toa que, em seu discurso, o presidente condena a forma como os brasileiros conduzem as manifestações, mas sugere que elas são justificáveis, como “fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.
Sem objetivamente pedir a desmobilização da população nas rodovias brasileiras e reconhecer o resultado, o término do silêncio e o pronunciamento cumprem a estratégia do governo de se estruturar politicamente a fim de se manter como uma liderança política forte. Há aliados de Bolsonaro que defendem que ele volte como candidato em 2026, já que os 58 milhões de votos que recebeu agora o credenciam para isso.
Leia o discurso na íntegra
"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.
A direita surgiu, de verdade, em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso.
Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.
É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira. Muito obrigado!"
O pronunciamento de Bolsonaro veio após muitas reuniões e definições de estratégia a respeito de como se posicionar sobre o resultado das eleições. O presidente, seu núcleo político, ministros e auxiliares trabalharam desde domingo o texto do discurso a ser redigido e como se pronunciar ao país, sobretudo aos eleitores, a fim de manter seu capital político.
A adesão de manifestantes e o fechamento de rodovias subiu a pressão política sobre Bolsonaro para concluir um pronunciamento que pudesse ser bem aceito pela sua base eleitoral mais “raiz”. Não à toa que, em seu discurso, o presidente condena a forma como os brasileiros conduzem as manifestações, mas sugere que elas são justificáveis, como “fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.
Sem objetivamente pedir a desmobilização da população nas rodovias brasileiras e reconhecer o resultado, o término do silêncio e o pronunciamento cumprem a estratégia do governo de se estruturar politicamente a fim de se manter como uma liderança política forte. Há aliados de Bolsonaro que defendem que ele volte como candidato em 2026, já que os 58 milhões de votos que recebeu agora o credenciam para isso.
Leia o discurso na íntegra
"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.
A direita surgiu, de verdade, em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso.
Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.
É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira. Muito obrigado!"
Por Rodolfo Costa/GP