O artista Sergio Diaz segura notas de pesos argentinos intervencionados e um dólar americano retratando o filme "Tubarão" de Steven Spielberg como uma paródia da inflação cada vez maior da Argentina. | 📷 Javier Corbalan/Reuters
O dinheiro da Argentina perdeu tanto valor nos últimos anos que o artista local Sergio Guillermo Diaz descobriu que pintar até mesmo nas cédulas mais valiosas se tornou acessível.
Com a inflação anual que provavelmente se aproximou de 100% no ano passado, a maior denominação da moeda argentina, a nota de 1.000 pesos, vale cerca de R$ 30,00 oficialmente ou apenas R$ 16,00 em mercados paralelos comumente usados para contornar os controles de capital.
"Hoje em dia faz sentido para mim pintar na maior cédula aqui na Argentina. Assim que eu pintar nela, posso vendê-la por muito mais do que a cédula vale", disse Diaz à Reuters em entrevista na cidade de Salta.
Ele diz que entretece os temas da inflação e da desvalorização do peso em suas obras, que também apresentam a nota de um dólar dos Estados Unidos.
Nas notas, ele pintou imagens que vão desde o astro do futebol Lionel Messi levantando a Copa do Mundo até imagens satíricas sobre a forte desvalorização do peso nos últimos anos - um fenômeno que ajudou a arrastar 40% da população do país para a pobreza.