REFÚGIO - Censura em Cuba faz Brasil bater recorde de refugiados em 2022

Devido a censura em diversos países, Brasil se tornou um dos maiores acolhedores do mundo


O Brasil tornou-se um importante destino para imigrantes. Entre outros fatores, o custo de vida aqui é mais barato do que nos EUA. Além disso, as leis de imigração do Brasil são mais favoráveis. Ao solicitar asilo, o migrante recebe um acordo que permite direitos como trabalho e saúde enquanto o pedido é apreciado pelo órgão responsável.

A entrada de cubanos no Brasil é um desafio para o Conselho Nacional do Refugiado, vinculado ao Ministério da Justiça. Como os perfis migratórios costumam estar ligados a problemas econômicos, os imigrantes de Cuba às vezes não atendem aos critérios de asilo, que são concedidos a cidadãos que foram perseguidos ou cujos direitos humanos foram violados em seu país de origem.

O Brasil reconheceu 1.040 cubanos como refugiados. A maioria (843) estava com medo de expressar suas opiniões políticas em um país que vivia sob uma ditadura comunista. Durante a gestão do Partido Trabalhista, o presidente Lula e Di Erma abordaram Fidel Castro, Hugo Chávez e Nicolás Maduro.

O Brasil bateu recorde de pedidos de asilo de cubanos em 2022, em virtude da censura que a população do país passa a anos, mesmo após as mudanças de governo que Cuba passou nas últimas décadas com a saída da Família Castro do poder.

O país registrou 4.200 pedidos entre janeiro e novembro. Os cubanos são o segundo maior grupo étnico em busca de asilo depois dos venezuelanos. A pesquisa foi realizada pelo Observatório das Migrações Internacionais a pedido do jornal Folha de São Paulo.

Brasil recebeu 5,7 mil cubanos em 18 anos


Ao longo de 18 anos, mais de 5.000 cubanos pediram asilo no Brasil, segundo levantamento do Departamento de Justiça. Entre 2000 e setembro de 2018, houve 5.777 pedidos de reconhecimento de cubanos como refugiados. O número de pedidos de asilo de diferentes países foi o mais alto em 2017. Segundo o Departamento de Justiça, os cubanos representaram mais de 17% do total de pedidos (13.369), excluindo venezuelanos e haitianos. Havia 60 refugiados cubanos vivendo no Brasil em 31 de dezembro do ano passado, e mais 42 migrantes cubanos receberam asilo este ano.

Segundo fontes oficiais, desde que o Ministério da Saúde cubano anunciou o término do acordo de cooperação com o projeto Mais Médicos durante o governo de Jair Bolsonaro, o Ministério da Justiça não informou se o número de novos pedidos de asilo aumentou. Em nota, o Ministério da Justiça informou que “nos termos do artigo 20 da Lei 9.474/97, as informações relativas aos pedidos de reconhecimento da condição de refugiado são sigilosas”.
Por Bruno Teles
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