BRASIL - Oposição faz ato por CPMI do 8 de Janeiro; governo está cético

Congressistas de oposição pedem instalação “automática” do colegiado e governistas dizem ter desmobilizado movimento


O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse que o objetivo do grupo é investigar os culpados pela invasão e depredação do patrimônio público nos atos do 8 de Janeiro

Deputados e senadores da oposição se reunirão com cartazes nesta 3ª feira (28.fev.2023) para pedir a instalação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre os atos de vandalismo do 8 de Janeiro. Autor do pedido de criação do colegiado, o deputado André Fernandes (PL-CE) protocolou ontem o requerimento, mas governo diz que já há desmobilização e que movimento não deve avançar.

Fernandes publicou em seu perfil no Twitter na 2ª feira que protocolou o requerimento de abertura de CPMI com 189 assinaturas de deputados e 33 de senadores. Para instalar uma CPMI, é preciso de ao menos 171 deputados e 27 senadores.
O líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), disse que o objetivo do grupo é investigar os culpados pela invasão e depredação do patrimônio público nos atos do 8 de Janeiro. “É importante que não haja seletividade na análise desse fato tão pernicioso que o ocorreu em 8 de janeiro. É necessário que as luzes sejam acesas, e que as ações e omissões de todas as autoridades em todos os níveis de governo possam ser elucidadas”, declarou o senador.



O deputado e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), disse que a instalação é automática e deve acontecer na próxima sessão conjunta do Congresso. Esta deve ser marcada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aliado do chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).



O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), entretanto, disse ao site Poder360 que o movimento pela CPMI está sendo desmobilizado e que deputados já começaram a retirar assinaturas. Há interpretações divergentes entre governistas e oposicionistas sobre até quando é possível retirar assinaturas no requerimento. A deputada Carla Zambelli (PL-SP) disse que uma vez protocolado o pedido de abertura não é mais possível que deputados retirem seus nomes do documento, o que inviabilizaria a teoria de desmobilização governista.

O site apurou, entretanto, que por se tratar de uma comissão mista o regimento a ser seguido é o do Congresso Nacional. Ou seja, pelas regras, os congressistas podem retirar seus nomes do documento até a meia-noite do dia em que o requerimento foi lido em plenário. Desta forma, um movimento do Planalto para esvaziar a CPMI poderia surtir efeito. O Líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que os fatos envolvendo o 8 de Janeiro já foram esclarecidos. Para o Executivo e seus aliados, é ruim que haja CPMI porque dá espaço para a oposição criar narrativas contra o governo e sua atuação durante os atos de extremistas que invadiram os 3 Poderes.

Postagem Anterior Próxima Postagem