MUNDO CRISTÃO - “Não sei celebrar a Páscoa sem me preocupar”

A cristã Rabeya testemunha como é a Páscoa em Bangladesh

Rabeya foi agredida por familiares quando estava a caminho do culto

A maioria dos cristãos de origem muçulmana não tem o direito de celebrar publicamente a fé em Jesus. Eles não podem ir à igreja e todos os cultos devem acontecer secretamente, longe da família e dos vizinhos. No lugar da alegria que deveria marcar a Páscoa, os corações deles ficam tomados por medo, pânico e tensão.

Viver a fé em segredo

Rabeya (pseudônimo), de 40 anos, vive em uma região no Noroeste de Bangladesh e é testemunha dessa realidade. Ela conheceu a Jesus em 2019, deixou o islã e passou a seguir a Cristo em segredo. Ela só consegue ir à igreja quando ninguém está por perto.

A Páscoa e outros feriados cristãos são os dias mais difíceis para ir à igreja. A comunidade sabe quando chega a data e vigia cada passo dos cristãos locais. O principal objetivo é encontrar cristãs como Rabeya que abandonaram o islã e checar se eles participarão do culto de Páscoa.

“Eu costumava ir aos cultos de Páscoa escondida, evitando o olhar de todas as pessoas que passavam na rua. A parte mais difícil é prestar atenção nos hinos e na mensagem, pois tenho a sensação de que estou sendo vigiada. Não sei o que significa celebrar a Páscoa sem preocupações”, completa a cristã.

Sob pressão

“Costumava pensar que meu marido era meu protetor. Agora, ele me persegue fisicamente e me tortura mentalmente.” Certa vez, a caminho do culto, Rabeya foi abordada pelo cunhado que começou a socar e chutá-la. “Meus vizinhos viram a agressão e não me ajudaram. Na verdade, eles pareciam felizes”, ela conta.

Por causa da conversão, o marido está negando alimento, educação e outras necessidades das três filhas. Rabeya está morando sozinha com as filhas e precisa sustentá-las. Ela é costureira, mas desde que se converteu, os clientes têm evitado fazer pedidos com ela.

Parceiros locais da Portas Abertas estão se mobilizando para ajudá-la. Enquanto espera, Rabeya continua servindo a igreja e a comunidade local e confia que Deus está cuidando dela e das filhas.

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