Segundo o ex-guerrilheiro, o petista é o único que possui condições de liderar o Brasil
O ex-ministro José Dirceu concedeu uma entrevista, na quinta-feira 6, para a RedeTV! | 📷 Reprodução
O ex-ministro, ex-guerrilheiro e ex-presidiário José Dirceu reapareceu com a volta dos companheiros do PT ao poder. Em entrevista à RedeTV!, ele disse que um mandato de quatro anos de governo nas mãos do presidente Lula é “pouco” — a retomada do projeto de poder do PT deve durar três mandatos consecutivos, incluindo a reeleição de Lula em 2026.
“Penso em 12 anos, três governos, para um projeto de desenvolvimento nacional, porque o Brasil precisa fazer, em dez anos, cem anos em matéria de ciência, tecnologia e educação”, disse Dirceu, na entrevista exibida na quinta-feira 6. “Não estou pensando em um governo do PT, mas em um projeto para o país. São políticas de longo prazo que o país precisa.”
Segundo o ex-presidiário, o petista é o único que possui condições de liderar o Brasil. Durante a campanha eleitoral, Lula disse que, se fosse eleito, não pleitearia a reeleição. Depois da posse, no entanto, o petista recuou e admitiu que poderia tentar a reeleição.
Dirceu deixou o comando da Casa Civil no primeiro governo petista, após ser acusado de envolvimento com o Mensalão. Mais tarde, ele foi condenado pela Operação Lava Jato. Na entrevista, Dirceu defendeu um acordo nacional entre o Congresso e a classe empresarial, para dar respaldo às medidas do PT.
“Se o Brasil não tiver um entendimento entre governo, empresariado e Congresso Nacional, para adotar uma série de medidas que precisamos adotar, vamos nos arrastar”, continuou. “E, conforme a crise internacional, nós podemos perder oportunidades.”
O ex-guerrilheiro também ficou ao lado de Lula nos embates com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Conforme Dirceu, o presidente “tem toda a razão” em criticar Campos Neto.
Por fim, ao ser interpelado sobre seus problemas com a Justiça, Dirceu disse que foi condenado “sem provas” no Mensalão e que a Lava Jato se transformou em um “processo de exceção sumária e político”.