"Não gosta de uma piada? Não consuma essa piada", afirmou Porchat em suas redes sociais
"Não gosta de uma piada? Não consuma essa piada. Se a piada não incitou o ódio e a violência ela é só uma piada. Tem piada de todos os tipos, de pum e de trocadilho, ácida e bobinha. Tem piada de mau gosto? Tem também. Tem piada agressiva? Opa. Mas aí é só não assistir", defendeu o comediante e apresentador.
"Quem foi lá assistir ao @LeoLins adorou. Riram muito. Quem não gostou das piadas são os que não foram. Pronto, assim que tem que ser. Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum [...]", continuou ele, que não concordou com a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Após a publicação, ele logo foi criticado pelos seguidores. Um deles disse que não gosta de piadas que incitam ódio contra homossexuais. "Sou gay e não gosto de piadas em relação à minha sexualidade. Acredito que uma pessoa preta pense a mesma coisa. Se pra vocês é ‘mi mi mi’ (...), eu não gosto e me sinto mal. Mereço respeito, certo?".
Outro perfil verificado no Twitter também não concordou com posicionamento de Porchat. "Piadas racistas são racismo. Piadas misóginas são misoginia. Piadas homofóbicas são homofobia. Tudo isso é crime, não liberdade de expressão ou liberdade artística. A justiça foi muito bem".
Como surgiu a polêmica contra Porchat
No início da semana, o comediante Leo Lins, conhecido por fazer piadas sobre pessoas com deficiência, de cunho religioso, escravidão e minorias, e até mesmo sobre pedofilia foi alvo de uma medida cautelar da Justiça de São Paulo que determinou a retirada de seu especial "Perturbador" de todas as plataformas digitais.
Nas redes sociais, ele compartilhou a mensagem: "16/05/2023, 15:00, um show de humor é removido da internet a mando do Ministério Público". Nos comentários da publicação, ele ainda escreveu: "quem será o próximo?". Disponível em seu canal do Youtube no fim do ano passado, o especial chegou a ser assistido por mais de três milhões de pessoas.
Em outra publicação, ele continua: "este processo tem consequências absurdas. Há muito mais em jogo. A justificativa para remover meu show de stand-up, pode ser usada basicamente para remover 95% dos especiais de humor. Fora pedidos, a meu ver, desproporcionais por contar piadas num palco de teatro. Igualando uma expressão artística a um ato criminoso."
A medida judicial, além de derrubar o especial, proíbe Lins de "realizar, em suas apresentações, quaisquer comentários, bem como de divulgar, transmitir ou distribuir, quaisquer arquivos de vídeo, imagem ou texto, com conteúdo depreciativo ou humilhante a qualquer categoria considerada minoria ou vulnerável." A informação foi confirmada pelo próprio humorista, no último sábado, 13, por meio das redes sociais. O humorista tinha até 72 horas para retirar o especial da plataforma e acatou o pedido da Justiça às 15h de terça-feira, 16, no limite do prazo judicial.
Por Karol Rocha/ACrítica