DISCUSSÃO - Gilmar Mendes suspende julgamento sobre piso da enfermagem

Projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional em abril e conta com R$ 7,3 bilhões para o pagamento do setor


Gilmar Mendes disse que Curitiba 'é o germe do fascismo'. | 📷 Fellipe Sampaio/SCO/STF

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nesta quinta-feira (25), um pedido de vista para analisar se manteria ou não a decisão que liberou o pagamento do piso salarial da enfermagem. O adiamento aconteceu durante a sessão virtual no STF.

O STF julgaria nesta semana a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso, concedida em 15 de maio. Agora, Gilmar Mendes tem até 90 dias para devolver o processo. A decisão do ministro se deu em uma ação apresentada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde).

Apesar de o adiamento estar em vigor, a decisão individual do ministro Luís Roberto Barroso é favorável ao pagamento da remuneração à categoria, mas com algumas condições.

O magistrado determinou que o piso nacional seja implantado depois da aprovação do decreto que garantiu R$ 7,3 bilhões do Orçamento da União para custear o aumento dos salários nas instituições que atendam no mínimo 60% de seus pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No setor privado, é permitido que ocorra uma negociação coletiva entre os empregadores e os funcionários.

O que Barroso diz sobre o piso de enfermagem?



O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). | 📷 Divulgação/STF

Barroso alertou que o montante reservado para a medida não parece ser suficiente para o custeio do piso. Instituições do setor estimam um impacto financeiro de R$ 10,5 bilhões no primeiro ano — somente para os municípios e para as cidades das regiões Norte e Nordeste, que historicamente possuem estruturas mais precárias e têm dificuldades financeiras.

A lei prevê o pagamento de R$ 4.750 a enfermeiros, R$ 3.325 a técnicos de enfermagem e R$ 2.375 a auxiliares de enfermagem e parteiras.

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