Petista evitou encontrar-se com o presidente da Ucrânia
Perguntado se estava triste com o que ocorreu, Zelensky respondeu em tom irônico: 'Eu acho que ele ficou decepcionado'. | 📷 Marcelo Camargo
Reportagem do jornal New York Times publicada neste domingo, 21, chama o presidente Lula de “aliado próximo da Rússia”. Na notícia, a repórter Motoko Rich observa que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tentou se encontrar com o petista, em uma reunião bilateral. Lula, contudo, “fugiu”.
“Zelensky continuou esses esforços no Japão, onde se encontrou com o primeiro-ministro Narendra Modi, da Índia, um país que aprofundou os laços econômicos com a Rússia à medida que os aliados da Ucrânia se distanciavam”, constatou a jornalista. “O presidente Lula, do Brasil, um aliado próximo da Rússia, também está em Hiroshima.”
A reunião entre Lula e Zelensky não teria ocorrido por causa da “incompatibilidade” com a agenda do petista. Um dos objetivos da ida de Zelensky à cúpula do G7 era aproveitar o evento para se reunir com os líderes de países que se manifestaram neutros em relação ao conflito, como o Brasil e a Índia.
“Encontrei-me com quase todo mundo, quase todos os líderes, e todos eles têm suas próprias agendas, então acho que foi por isso que não pudemos nos encontrar com o presidente brasileiro”, disse Zelensky, em uma entrevista coletiva.
Perguntado se estava triste com o que ocorreu com Lula, Zelensky respondeu em tom irônico: “Eu acho que ele ficou decepcionado”.
Visita de Celso Amorim
A Ucrânia teve agendas anteriores com o governo brasileiro para tratar do conflito. Em 2 de março, Zelensky e Lula conversaram por telefone. Na ligação, o petista reiterou a disposição do Brasil para se alcançar um acordo de paz e o presidente ucraniano convidou Lula para uma visita a Kiev.
Depois, em 10 de maio, o chefe da Assessoria Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, viajou à capital ucraniana e se reuniu com Zelensky. Amorim afirmou que “o diálogo foi positivo, de criação de confiança, visando a explicar nossos objetivos para a paz”.
O presidente ucraniano, no entanto, afirmou querer continuar o diálogo com o governo brasileiro.