BRASIL - Em 9 anos (2014-2023) a confiança popular nas Forças Armadas foi do “céu ao inferno”

O que o Brasil apresenta em termos de confiança institucional é uma competição pelo menos pior



No longínquo 2014, um ano após o que ficou conhecido como “as jornadas de junho” (algo parecido com o atual “8 de janeiro”), Jair Bolsonaro “lançou” sua pré-campanha junto ao público militar na AMAN, cujo comandante à época era o atual comandante do Exército, general Tomás Paiva.

Na mesma época, teve início a operação lava-jato, que levou o atual presidente da República à cadeia. Também a essa altura foi publicada pela FGV uma pesquisa em que as Forças Armadas alcançaram impressionantes 68% no grau de confiabilidade da sociedade.

A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas apontou que as Forças Armadas lideravam o ranking de instituições como Igreja, Congresso e outras. O levantamento fora realizado entre o segundo trimestre de 2013 e o primeiro de 2014, destinando-se a medir o nível de confiança institucional no Brasil.

No presente, mais exatamente ontem, 16 de setembro, o Datafolha publicou uma pesquisa que atesta que a maior parte dos brasileiros não crê na integridade das Forças Armadas.

Contudo, parece que a questão ainda é de superestrutura, digamos, já que, apesar dos envolvimentos de militares de alta patente em escândalos político-financeiros, as Forças Armadas ainda são, na verdade, a instituição menos inconfiável.

Segundo a Folha de São Paulo, apesar de o índice de confiabilidade dos militares já ter sido bem maior: 45% em abril de 2019, na aurora do governo Bolsonaro (PL), elas ainda são consideradas muito confiáveis por 34% dos brasileiros, que é o maior índice entre dez instituições listadas pelo Datafolha.

Isto é, por mais que a caserna perca o brilho, os concorrentes ainda permanecem com o nome sujo na praça. O Congresso é visto como muito confiável por 9%, enquanto 55% o consideram regular e outros 35% o veem como inconfiável. A Presidência, da República tem 24% de confiabilidade. O STF conta com 20% de confiabilidade total, 40% afirmam confiar um pouco, enquanto 38% consideram o órgão não confiável.

Os 34% ostentados pelos militares atualmente representam o menor índice da série histórica. O tombo de 11 pontos desde 2019 para cá ainda é pouco, se levarmos em conta o grau de confiabilidade registrado em 2014. Em nove anos a corrosão da confiança popular nas Forças Armadas foi muito maior. No frigir dos ovos, o que o Brasil apresenta em termos de confiança institucional é uma competição pelo menos pior.

📷 Fotomontagem: Geilson Souto
Por JB Reis/RSM

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