A McLaren Racing concordou em comprar créditos de carbono de projetos de reflorestamento na floresta amazônica brasileira e iniciativas de remoção de CO2 na Grã-Bretanha e nos EUA como parte de sua tentativa de atingir emissões líquidas zero até 2040, disse a equipe. disse nesta quinta-feira (30).
A McLaren compete na Fórmula 1 e na IndyCar Series, com emissões provenientes – além do próprio automobilismo – de atividades como viagens aéreas, com a Fórmula 1 programada para correr 24 vezes em 22 países diferentes no próximo ano.
We want to achieve net zero by 2040 so we must play our part in tackling climate change. 🌍
— McLaren (@McLarenF1) November 30, 2023
Through our Climate Contribution Programme, we are delighted to partner with @GBRFoundation, Mombak and @UNDOcarbon, who are all committed to addressing the impacts of climate change. 👇
Um dos acordos consistiu na compra de créditos de remoção de carbono à startup brasileira Mombak, que refloresta terras degradadas na Amazónia, enquanto um segundo envolve a empresa escocesa UNDO, que remove CO2 da atmosfera através do aumento do desgaste das rochas.
A McLaren também disse em comunicado que está fazendo parceria com a Fundação Great Barrier Reef, uma organização australiana sem fins lucrativos que trabalha para restaurar recifes de coral. O australiano Oscar Piastri pilota pela equipe na Fórmula 1.
A McLaren, com sede na Grã-Bretanha, pretende reduzir as suas emissões em 90% até 2040. Para os restantes 10%, implementaria iniciativas como a compensação de carbono. Não revelou quanto estava a investir no seu novo “Programa de Contribuição para o Clima”.
“Uma grande parte disso é garantir que reduzamos as emissões em todas as nossas operações e cadeia de abastecimento”, disse o diretor de sustentabilidade da equipe, Kim Wilson, sobre a meta líquida zero para 2040.
"Mas sabemos que isso não é suficiente. Também temos que fazer algo em relação ao carbono existente na atmosfera terrestre".
Mombak disse à Reuters que, sob o acordo, entregaria remoções da McLaren de 2023 a 2025 a um preço médio de mais de US$ 50 por tonelada métrica, um prêmio em relação ao mercado tradicional de crédito de carbono.
Os créditos de carbono são licenças negociáveis que permitem ao proprietário emitir determinadas quantidades de gases com efeito de estufa, sendo que cada crédito permite a emissão de uma tonelada de dióxido de carbono.
“Créditos de carbono acima de US$ 50 são a grande notícia”, disse o cofundador da Mombak, Peter Fernandez, em entrevista. "Esse é um novo nível. No Brasil, algumas pessoas ainda pensam que os créditos de carbono valem US$ 5, US$ 10, US$ 15 – isso não é mais verdade".
A Mombak, que compra terras degradadas de agricultores e pecuaristas ou faz parceria com eles para replantar espécies nativas na maior floresta tropical do mundo, é apoiada por investidores como Bain Capital e AXA (AXAF.PA).
Recentemente, levantou um fundo de US$ 100 milhões para construir projetos de remoção de carbono na Amazônia, com dinheiro do CPPIB do Canadá e da Fundação Rockefeller, e disse que espera que o acordo com a McLaren ajude a moldar a nascente indústria de remoção de carbono do Brasil.
“Isso mostra que o mundo está disposto a pagar mais. Não é possível realizar a restauração ecológica com apenas US$ 20 por tonelada”, disse Fernandez. “É com um preço como esse que uma empresa como a nossa consegue escalar o reflorestamento da Amazônia”.
Os críticos dos mercados de compensação de carbono , incluindo o Greenpeace, dizem que eles permitem que os emissores continuem a libertar gases com efeito de estufa.