Empresas atribuem alta a novas regras da ANS e dizem ver aumento de desperdícios
Em uma reportagem publicada hoje (08.jan.2024), a Folha de S.Paulo, destaca uma mudança significativa no setor de planos de saúde no Brasil. Conforme dados da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), os custos com tratamentos para transtorno do espectro do autismo (TEA) superaram os gastos com tratamentos oncológicos.
Em 2023, os custos com TEA atingiram 9% do custo médico total, ultrapassando os 8,7% destinados à oncologia. Esta tendência de aumento nos custos com autismo foi potencializada pelas mudanças regulatórias implementadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) desde 2021, que incluem cobertura ilimitada de sessões com psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, além de outros métodos indicados para o tratamento destes transtornos.
A reportagem — da jornalista Joana Cunha — também menciona o crescimento nas reclamações de pacientes contra empresas de planos de saúde, principalmente relacionadas a negativas de cobertura e descredenciamento de clínicas.
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), estima que cerca de 500 mil pessoas com TEA no Brasil têm acesso à saúde privada. A prevalência de crianças de 8 anos no espectro do autismo aumentou consideravelmente, de 1 em 150 no ano 2000 para 1 a cada 36 em 2020, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Este aumento nos diagnósticos, juntamente com as novas regulamentações da ANS, contribuiu para o avanço na demanda por tratamentos.