O presidente da Ucrânia emitiu um grito de guerra, prometendo que o seu país prevalecerá, no momento em que se assinalam dois anos desde a invasão em grande escala da Rússia.
“Nenhum de nós permitirá que a nossa Ucrânia acabe”, disse Volodymyr Zelensky num discurso na capital Kiev.
Ele foi acompanhado por líderes ocidentais numa demonstração de solidariedade.
O aniversário ocorre num momento em que a Ucrânia enfrenta uma série de reveses nos seus esforços para expulsar a Rússia do seu território.
Zelensky disse no seu discurso de sábado que, embora qualquer pessoa normal quisesse que a guerra acabasse, isso só poderia acontecer nos termos da Ucrânia.
“É por isso que às palavras ‘fim da guerra’ acrescentamos sempre ‘nos nossos termos’. É por isso que a palavra ‘paz’ sempre acompanha ‘justo’.
"Estamos lutando por isso. Já há 730 dias de nossas vidas. E venceremos no melhor dia de nossas vidas".
Juntaram-se a ele em Kiev os líderes da Itália, Bélgica e Canadá - bem como a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Eles depositaram coroas de flores em uma parede em homenagem àqueles que perderam a vida na guerra.
No entanto, houve algumas omissões gritantes entre os visitantes. Nenhum representante sênior dos EUA esteve presente, enquanto no ano passado o presidente Joe Biden compareceu ao aniversário.
Zelensky encontrou-se na sexta-feira com um grupo de senadores democratas liderados pelo líder da maioria, Chuck Schumer, o que ele disse ser um sinal de que Washington apoiava a Ucrânia.
A Sra. von der Leyen elogiou as tropas ucranianas que defenderam o país nos primeiros dias da invasão e confundiu as expectativas sobre a sua capacidade de conter a força invasora da Rússia.
"Você conseguiu impedir o ataque da Rússia ao coração da Ucrânia. Você salvou o seu país, salvou toda a Europa", disse ela.
A Itália e o Canadá aproveitaram a visita de aniversário para anunciar que assinaram pactos bilaterais de segurança com Kiev – destinados a aumentar as esperanças da Ucrânia de se tornar membro da aliança militar da NATO.
Mais tarde, membros do G7 – incluindo Canadá, Itália, Reino Unido e EUA – prometeram apoio à Ucrânia e novas sanções à Rússia durante uma reunião virtual.
Os líderes ocidentais juntaram-se ao presidente ucraniano em Kiev para assinalar o aniversário. | 📷 Obturador
Também foram realizadas marchas em toda a Europa em solidariedade com a Ucrânia. Os participantes exigiram que o presidente russo, Vladimir Putin, acabasse com a guerra.
Pelo menos quatro pessoas teriam sido detidas em Moscovo no sábado num protesto contra a guerra, organizado por esposas de soldados mobilizados.
Tais manifestações são raras, pois existem várias leis em vigor na Rússia que punem a dissidência.
O aniversário da invasão da Rússia chega num momento difícil para a Ucrânia. Há apenas uma semana, anunciou que as tropas se tinham retirado da cidade de Avdiivka - uma das maiores vitórias da Rússia em meses.
O fracasso da contra-ofensiva da Ucrânia e as questões relacionadas com a garantia de mais ajuda dos EUA também representaram grandes reveses.
Enquanto isso, a luta continua. Pelo menos quatro pessoas foram mortas durante os últimos ataques russos em cidades ucranianas.
Kiev disse ter atingido uma das maiores usinas siderúrgicas da Rússia em um ataque de drone na manhã de sábado.
A Ucrânia obteve alguns ganhos na guerra – afundando navios de guerra russos e alegadamente abatendo aviões espiões – mas a vitória prometida pelo Presidente Zelensky ainda parece distante.