Até mesmo durante o Ramadã muçulmanos procuram a cristã Iin
A costura se tornou uma ponte para Iin compartilhar o evangelho na Indonésia
Entre hoje e amanhã, termina o Ramadã, o mês sagrado do jejum islâmico. As datas de início e fim do Ramadã variam em algumas horas de país para país, pois é seguido o calendário lunar. O fim do Ramadã com frequência é usado por grupos muçulmanos conservadores para forçar cristãos de origem muçulmana a abandonarem Jesus. Por isso, a cristã Iin*, que temia a intolerância religiosa nesse período, foi surpreendida com acolhimento na Indonésia.
Iin participou de um dos projetos de capacitação oferecido por parceiros locais da Portas Abertas e usou os conhecimentos obtidos para abençoar a vizinhança. Ela abriu um pequeno bazar de roupas e costura e não imaginava que o pequeno negócio permitiria a aproximação com sua comunidade local durante o Eid al-Fitar, ou seja, o banquete tradicional que encerra o Ramadã.
Pressão da família e da comunidade
Ela expressou extrema gratidão por poder servir a comunidade local. Quando abriu o bazar, muitas mulheres que não falavam com Iin fizeram encomendas de roupas. Muitos parentes eram hostis. Eles chegaram a cortar o acesso à água da família como punição por abandonarem a fé cristã para seguir a Jesus.
“Como meus parentes moram perto, eles conseguiriam obstruir o acesso a água de nossa casa. Apesar disso, estamos bem. Não estou magoada. Conseguimos construir um poço e vendemos um pedaço de terra em frente da nossa casa. Deus sempre dá um livramento”, afirma Iin.
Há apenas três anos o marido de Iin decidiu se entregar a Jesus. Tudo começou quando um pastor visitou a casa do casal várias vezes para explicar o evangelho. Iin não entendia uma palavra do que era dito nos primeiros encontros, mas estava comovida com a boa vontade do pastor.
Uma nova vida
“O pastor Hendra é uma pessoa muito boa. Isso fica explícito no seu comportamento e palavras. Nunca vi alguém de outra religião ser tão gentil. Aqueles que compartilhavam a mesma fé que eu não eram tão amáveis quanto ele”, conta a cristã.
Por causa disso, ela escolheu seguir o exemplo do marido e também se entregou a Jesus. “Não me arrependo da escolha de seguir a Cristo. Vi uma mudança enorme no comportamento do meu marido”, conta a cristã. Assim que se converteram, os atos ciumentos e instável do marido se foram.
“Ele está mais paciente, muito diferente de antes”, relata Iin. E as mudanças não terminaram dentro da casa. Pouco depois, Iin foi convidada pelo pastor Hendra para participar do projeto de geração de renda que permitiu a abertura do bazar de roupas. “Não sabia costurar bem, por isso, num primeiro momento fiquei preocupada”, diz a cristã.
Apesar dos receios, ela deu o primeiro passo que transformou sua vida e o relacionamento com a comunidade local. Foram dez meses de capacitação para que ela aprendesse a costurar e simultaneamente participava do discipulado bíblico no Centro de Treinamento de Mulheres (WTC, da sigla em inglês) organizado por parceiros locais da Portas Abertas.
Hoje, Iin ensina outras cristãs a costurarem num projeto local
O processo não foi fácil, com muitas horas no transporte público para chegar ao local dos treinamentos, três vezes por semana. Enquanto fazia as aulas, os três filhos da cristã ficavam com um parente. “Apesar das dificuldades, sou grata porque minha família entende o que o que estou fazendo beneficiará a todos nós a longo prazo”, relata Iin.
Iin agora é reconhecida pelo sorriso e modos gentis além da excelência nas costuras que faz para a comunidade. Ela se desenvolveu a ponto de ser convidada a ensinar uma nova turma de alunas do projeto. “Fiquei surpresa quando me chamaram. Achava que eu não era capacitada, mas o pastor Hendra e sua esposa me encorajaram e aceitei a oportunidade. Estou há dois anos servindo como professora e amo fazer isso. Louvado seja Deus por sua bondade”, conclui Iin.
Muitos muçulmanos gostam de usar roupas novas no Eid al-Fitr. É uma atividade essencial na comunidade e agora, a data ganhou um novo significado para Iin, a oportunidade de servir e ser testemunho do amor de Deus em uma comunidade que antes a excluía completamente.
*Nomes alterados por segurança.