A cota preocupa, porque mostra que a vazante está mais intensa em um rio que já está mais seco do que em 2023, quando houve a estiagem recorde na Amazônia
O rio Negro, segundo maior afluente do rio Amazonas, secou 5,32 metros em agosto, na régua de Manaus. O volume perdido é 73% maior que em agosto de 2023, quando o mesmo afluente secou 3,06 metros. A cota preocupa, porque mostra que a vazante está mais intensa em um rio que já está mais seco do que em 2023, quando houve a estiagem recorde na Amazônia.
Conforme a Defesa Civil, o rio Negro media 19,77 metros na manhã de domingo (1), o que significava 3,83 metros a menos do que no mesmo dia de 2023, quando o afluente estava em 23,60 metros. Até a data, o Negro estava a apenas 7,07 metros de bater o recorde da estiagem do ano passado, quando os níveis chegaram a 12,70 metros em 26 de outubro.
O rio Negro nasce na Colômbia, com o nome de Guainía, e se junta ao rio Casiquiare para percorrer cerca de 1,7 mil quilômetros até seu unir ao Solimões e formar o rio Amazonas.
De acordo com o mais recente Boletim da Estiagem, divulgado no sábado (31), pelo governo do Amazonas, havia mais de 300 mil pessoas afetadas pela seca dos rios.
Doações chegam à comunidade de Porto Praia, do povo indígena Kokama. | 📷 Marizilda Cruppe/Greenpeace/2023
O governador Wilson Lima colocou todos os 62 municípios em estado de emergência, o que permite às gestões municipal e estadual buscar recursos extras para ações de enfrentamento aos efeitos da estiagem.